11 de fevereiro de 2014

Eu gosto de cerveja!

Eu gosto de cerveja, não de suco de milho!
Ao ler a matéria publicada na internet pelo jornalista e cervejeiro caseiro Marcio Beck, comecei a ver uma luz no fim do túnel: o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - divulgou texto para consulta pública que, se aprovado, trará avanços importantes para a legislação referente à produção de cerveja. Poderemos produzir aqui no Brasil cervejas com mel, frutas e até envelhecê-las em barris de madeira.

Nem é preciso dizer o quanto este assunto é essencial para aumentar a competitividade da cerveja brasileira e também para aguçar a criatividade dos nossos cervejeiros. Mas hoje o papo será outro, igualmente urgente: a quantidade de malte usada nas nossas cervejas. Porque nem só de água, malte, lúpulo e fermento é feita uma receita de cerveja...

De acordo com a legislação em vigor, a cerveja brasileira pode ser produzida com a adição de, no máximo, 45% de adjuntos cervejeiros. Não sabe o que é isso? Adjunto é tudo aquilo que substitui o malte e que consta no rótulo como cereais não malteados ou carboidratos: milho, arroz, trigo, sorgo, aveia, maltose, açúcar e até mesmo a cevada. É como se você comprasse uma bebida metade cerveja, metade curau. Ou metade cerveja, metade Mucilon®...

Os adjuntos são utilizados para reduzir o custo de produção da cerveja e não para suavizar o gosto para os paladares brasileiros. Para suavizar a indústria poderia simplesmente diluir a cerveja quase pronta ou utilizar menos lúpulo (e não é que os caras também fazem isso?!?).  Como a maior parte da cevada utilizada no Brasil é importada, utilizar milho, por exemplo, torna o processo mais barato. Mas também impacta no aroma, no paladar, na cor e na retenção de espuma da nossa amada cervejinha...

Menos malte implica em uma cerveja praticamente sem aroma e sem cor, já que os adjuntos são incolores ou fracamente coloridos. Isso se não rolar um diacetil básico (para os debutantes no assunto: diacetil é uma substância que, em excesso, é considerada um defeito da cerveja, pois ela adquire aroma e sabor de manteiga rançosa).

Adjuntos não agregam à cerveja proteínas (salvo o trigo) e como consequência temos cervejas mais aguadas. E com tanta espuma como um guaraná.

Antes de finalizar, preciso dizer que respeito o que você, leitor, bebe. Mas é importante que você saiba o que está bebendo, que saiba pelo o que está pagando. E claro, possa escolher o que quer beber. Não tenha medo de experimentar outras cervejas, há uma infinidade de novos sabores e aromas esperando por você nas prateleiras! Vá por mim: vale a pena se arriscar por uma boa cerveja.

1 papos de boteco:

Júlio Rocha disse...

O melhor custo benefício para meu paladar (prwjudicado por uma sinusite, rinite, e desvio de septo) é a Baden Baden Golden