Nós vamos invadir sua praia! O refrão de uma das mais famosas músicas dos anos 80 cai muito bem para falar do projeto que essa cervejaria de Várzea Paulista, a Dádiva, está trazendo para as geladeiras e torneiras do Rio de Janeiro. O evento aconteceu no Delirium Tap House, em Ipanema, com presença de Luiza Tolosa (proprietária) e do Victor Marinho (mestre cervejeiro), com a consultoria no Rio de Janeiro a cargo do Gustavo Renha, da Beer Break. E o Confesso que Bebi foi um dos convidados para esse papo regado a (boas e) extremas cervejas. Pé na estrada e vamos nessa!
Fonte: Cervejaria Dádiva |
O projeto Dádiva on the Road consiste em uma presença maior das cervejarias junto aos PDV's (pontos
de venda), assim como falar dos novos projetos e
desafios nesse novo modelo de distribuição dos seus rótulos, diretamente
da fábrica para os bares e pubs. Iniciou em 2017, primeiro no Estado do Paraná, buscando se aproximar dos consumidores que estão longe da fábrica e marcar presença em todos os principais bares do país.
A Luiza comentou que a ideia nasceu para estreitar laços e oferecer um atendimento mais próximo aos nossos
clientes e consumidores; e que esse novo formato permitirá: mais proximidade, agilidade e
oportunidade de trabalhar rótulos diferenciados, sazonais e de edição
limitada, que antes acabavam se esgotando no mercado paulista.
A cervejaria também está trabalhando na aquisição de barris diferenciados (cachaça, vinho do porto, whisky) para suas futuras produções, além de já possuir um laboratório para estudo de leveduras próprio, tendo a frente desse trabalho a excelente microbiologista Fernanda Fregonesi, da Yeast Facts.
A cervejaria também está trabalhando na aquisição de barris diferenciados (cachaça, vinho do porto, whisky) para suas futuras produções, além de já possuir um laboratório para estudo de leveduras próprio, tendo a frente desse trabalho a excelente microbiologista Fernanda Fregonesi, da Yeast Facts.
E sobre as cervejas? Iniciamos com a Sourdade, que é uma Berliner Weisse com adição de uva moscatel, colaborativa com cervejaria Post Scriptum, de Portugal. Com 4,2%, suas principais características são a acidez gerada pela presença clara da uva, assim como um final curto e seco. Não é um dos meus estilos favoritos, mas admito que me lembrou uma Sour e, por isso, fiquei muito impressionado.
Já a Carmel Beach é uma American IPA, com 7% de teor, feita com os lúpulos Columbus e Amarillo. Com 60 IBU, tem em seu aroma e sabor as notas cítricas de maracujá, limão e uma leve presença de trigo. Leve dulçor, final médio e corpo leve.
A cerveja Tripelbock 28 é uma Lager de tirar o chapéu, criada para comemorar a amizade da cervejaria com outras duas, Avós e Mafiosa. Estamos falando de 12,9% de teor e garrafa rolhada. Sua aparência é marrom com toques de rubi e espuma caramelo claro. O aroma e sabor passam pelo malte torrado, caramelo e toffee, além de passas. O álcool dá a sensação de aquecimento junto ao corpo levemente licoroso. Um dos detalhes do nome da cerveja está em sua graduação de 28º plato* (em OG, 1120). De acordo com o Victor, o projeto dessa lager é de 5 anos, e todo ano eles esperam aumentar 1 grau todo ano, até chegar a 32º Plato. E a ideia é sempre ter a cerveja do ano anterior envelhecida em barril. No caso, a 28 já está sendo envelhecida desde junho em barris de vinho do porto para o ano que vem.
*É uma unidade que mede a quantidade de grama de açúcares solubilizados em 100 gramas de solução. Para os cervejeiros caseiros terem uma ideia, seriam 1120 de SG.
*É uma unidade que mede a quantidade de grama de açúcares solubilizados em 100 gramas de solução. Para os cervejeiros caseiros terem uma ideia, seriam 1120 de SG.
Status Quo é uma Barley Wine feita no estilo inglês, colaborativa com Trilha, com 12,5% de teor, que leva coco, baunilha e açúcar mascavo em sua receita. A aparência é rubi com leve espuma creme. O aroma e sabor tem notas de melaço, caramelo e presença amadeirada. Na harmonização, o doce de leite acompanha o sabor da cerveja enquanto o álcool presente é cortado pelo sorvete de creme.
Harmonizando com doce de leite e sorvete de creme! |
A estrela da noite ficou pela Odonata #5, uma fantástica Russian Imperial Stout envelhecida em barrica de Scotch Single Malt, gerando 12% de ABV. A cerveja é maravilhosa em todos os sentidos, especialmente o aroma de torrado com café, cacau e toffee. Assinada por Maurício Porto, do blog O Cão Engarrafado, especializado em whisky.
Ao fim do evento, não satisfeito, ainda provei mais duas cervejas deles:
- Dádiva 3 (esquerda), uma Belgian Strong Golden Ale, feita no terceiro aniversário da cervejaria. É um blend da Dádiva DUO (comemorativa de 2 anos de vida) com uma Imperial Saison maturada por três meses em barricas de carvalho. O resultado no aroma são as notas de caramelo, enquanto no sabor, a presença da levedura belga. Final seco e médio, 9,2% de teor, drinkability fenomenal!
- Lucid Dream (direita), uma NE APA colaborativa com a Suricato Ale, com 4,9% de teor. A grande sacada dessa cerveja é o uso da levedura Brettanomyces Claussenii em sua receita, que conferiu aroma e sabor de abacaxi, como se fosse uma vitamina! De acordo com o Victor, na lata ainda fica mais evidente.
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