Tive a oportunidade de conhecer o boa praça Zé Felipe durante um dos eventos da Goose Island no Brasil. Ele é o cara da Wäls, uma das cervejarias adquiridas pelo grupo Inbev/Ambev. Durante esse encontro, ele comentou o suficiente sobre a Hop Corn IPA para que eu fosse comprar e, assim, confessar sobre o rótulo. Afinal, estamos falando do tal do milho...
Antes de confessar sobre a cerveja e para tentar explicar sobre os efeitos do uso de milho na fabricação de uma cerveja, fui buscar aprender um pouco mais. Para isso, compartilho aqui a opinião que o portal de cerveja caseira Henrik Boden colocou no seu Facebook:
Amigos ainda não bebi mas vou falar o que significaria usar 15% de milho em substituição ao malte em uma IPA :
1) PONTO POSITIVO: reduzir o corpo e a presença de malte na cerveja realçando as características do lúpulo e aumentando a drinkability . De quebra ainda facilidade o brilho (transparência) da cerveja. Se o objetivo for reduzir corpo e malte a estratégia é válida.
2) PONTO NEGATIVO: Redução na retenção de espuma. O milho possui pouco mais da metade das proteínas que o malte de cevada possui. Isso certamente prejudica a retenção de espuma.
OBS: reduzir o corpo da cerveja sem prejudicar sua retenção de espuma em cervejas puro malte é fácil, basta saber programar as rampa de mosturacão privilegiando a beta amilase em detrimento da alfa e escolhendo bem os maltes da receita.
OBS2: Ipas, especialmente a inglesa, não pedem corpo leve ainda que alguns, como eu, prefiram uma IPA suave em corpo e forte no lúpulo.
Enfim, o uso do milho jamais estragaria a experiência de uma IPA bem feita. A interpretação é válida, mas obedece mais ao marketing que ao paladar na minha opinião.
Fonte: Henrik Boden
A Hop Corn IPA não usou milho propriamente dito, e sim maltose de milho (em torno de 15%). Com 70 IBU's, gerados pelo combo dos lúpulos Columbus, Cascade e Amarillo, além do dry hopping com Centennial sua aparência é castanho, com umas espuma branca de bolhas médias e longa duração, muito bem filtrada. O aroma é uma explosão de notas cítricas, leve presença de pinho e muito floral. Já o sabor acompanha o aroma, diferenciando apenas pelas notas de pinho mais intensas. Amargor top, acompanhando um corpo muito leve. Seu teor é de 6,7% e seu final é médio para curto, seco, apenas o retrogosto ficou pouco abaixo do esperado.
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