22 de abril de 2016

Bate-volta em SP

Amigos confessos,

No final de semana passado, fiz uma rápida viagem até a terra da garoa para passear e, claro, aproveitar o que São Paulo tem de melhor em sua gastronomia, arte e cervejas! Fiquei hospedado no agradabilíssimo bairro de Pinheiros e muito próximo aos bares da Brewdog e Cervejaria Nacional.

Vamos então ao confessionário:

O bar da Brewdog, que eu ainda não conhecia (mas já passou por aqui), segue o padrão industrial/garagem que já conhecia na minha viagem para Edimburgo. A ideia da cerveja sem frescura permanece na filial brasileira, sendo as diferenças básicas na quantidade de torneiras disponíveis e na utilização de cartão de consumação, já que na  Escócia o esquema segue o ritual dos pubs do velho continente. Pague e beba! O atendimento no balcão nos dois dias que fui foi prestativo e educado. Não consultei o cardápio de comida, mas pude ver nas mesas hambúrgueres e diversos outros petiscos.

Vale dar uma olhada também nas geladeiras, onde temos outras excelentes cervejas da casa, assim como muitos outros rótulos nacionais convidados de muita qualidade da Tupiniquim, Barco, Chimay e Brooklyn Brewery.
Os chopes Brewdog plugados eram a Hardcore IPA, a minha favorita 5 AM Saint, Punk IPA Jack Hammer IPA. Todas elas já conhecidas por mim e relativamente fáceis de se encontrar por aí. Mas o que chamou atenção foi o chope da foto a seguir:
Hummm....
O chope da imagem é uma Horny Pig Session IPA, a qual já tive oportunidade de saborear em garrafa. Gosto demais dela e inclusive esse estilo é o que mais me agrada atualmente, pois o seu teor alcoólico baixo e  muito sabor agradam bastante nesse verão que insiste em não nos deixar aqui no Rio. O líquido precioso da Cervejaria Blondine era um dos chopes convidados e tinha o toque audacioso dos caras da Brewdog. Seus 4,5% de álcool e 35 de IBU estavam turbinados com generosas quantidades de melancia e pimenta. O mix, em princípio inusitado, harmonizou muito bem com a cerveja, trazendo equilíbrio no aroma bem intenso da fruta o sabor apimentado suave e mais presente no final do gole. Uma surpresa muito bacana do bar e que mostra como a cerveja pode ser trabalhada com criatividade... em tempos dos 500 anos da lei da pureza alemã, taí algo bem fora do padrão e impuro! E delicioso!

Confesso que bebi por lá nas torneiras:
  • India Mantra Ale da cervejaria Maniba do Rio Grande do Sul: Uma excelente IPA nacional com um leve dulçor e final longo;
  • Barco Lager da Barco Brewers de Porto Alegre: Lager bem fiel ao estilo e refrescante;
  • Hibisco Saison: Uma saborosa Saison / Farmhouse Ale da Cervejaria Landel de Campinas com doses generosas das flores do Hibiscus sabdariffa, trazendo o aroma e o sabor do já tradicional chá;
  • Bommen & Granaten da Brouwerij De MolenBarleywine da famosa cervejaria holandesa que foi a menina dos olhos no dia em que estive. Uma cerveja excepcional, de 11,9% de álcool que não são tão percebidos e 57 de IBU. A complexidade de aromas e sabores é tão intensa que fica difícil traduzir em palavras. É para beber com calma e tranquilidade pois à medida que o tempo passa, as percepções de gosto e cheiro variam e se tornam melhores. Recomendo!
Bommen & Granaten
No dia seguinte, fiz um passeio pela Vila Madalena e, sem querer, acabei conhecendo um chope totalmente artesanal da Tito Bier. Conversei com o próprio cervejeiro Tito, que me ofereceu generosa dose do seu chope Marx IPA, presença marcante do malte e o lúpulo muito bem equilibrado, tudo isso com os agradáveis 6.5% ABV. Recomendo a todos que estiverem em São Paulo passearem pela Vila Madalena e, quem sabe, ter a sorte de encontrar o Tito que produz ainda a Trotsky Red Ale e a Red IPA com lúpulo Summit, Chinook e Citra.
A noite fui conhecer a Cervejaria Nacional. Logo na entrada temos a fábrica e seus tonéis, numa configuração que me fez lembrar a Invicta em Ribeirão Preto. Com a lotação do local, o atendimento foi bom, apesar de confuso logo que cheguei. Eram muitas as opções pra comer, então escolhi uma porção (generosa) de polenta frita com queijo ralado.

Confesso que bebi todos os chopes disponíveis da casa naquele dia. Vamos a eles! :)
  • DominaHefeweizen de 4.6% ABV e 15 IBU. Não curto muito o estilo, mas ela estava no padrão esperado;
  • Ça Va Meu Bem: Blonde Ale de 5% ABV e 20 IBU. Bastante saborosa dentro de um estilo que acho que boa parte das pessoas gostam muito. Bem feita, equilibrada, foi a segunda melhor que provei no dia.
  • Kabulosa: Session IPA de 4.3% ABV e 45 IBU: A melhor pra mim do dia. Mais uma do estilo feita em São Paulo que provei na viagem bate-volta e gostei muito! Daqueles chopes que você passa um dia inteiro debaixo do sol, no calor e feliz da vida. Acho que para o nosso clima deveria ser o ideal de cerveja!
  • Kurupira Red Ale de 5% ABV e 30 IBU: Boa cerveja mantendo a fidelidade na sua cor e sabor. Maltes tostados e o sabor de caramelo bem presentes.
  • Y-îara Pilsner de 5% ABV: Dentro do estilo, coloração amarela dourada e o uso do lúpulo Saaz.
  • SA'SI Stout Irish Dry de 4.6% ABV 35 IBU: Maltes bem torrados a tornam uma boa Stout. Fechei a conta com essa!
Domingo, voltando pro Rio ainda tive a oportunidade de beber a saideira. Dentro do aeroporto de Congonhas tem um carro da Baden Baden sob comando do Dennis. Ele me falou que vai ficar por lá mais uns 3 meses. Então se estiver esperando o seu voo, recomendo beber as boas Red Ale e a Cristal Pilsner, ambas on tap!
Para ouvir depois de ler esse post, que tal um pouco de música brasileira? Só clicar aqui e ouvir a edição brasileira mais nova do meu podcast: http://goo.gl/Qz0ZFw

Slàinte!

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