18 de janeiro de 2012

As maravilhas do Delirium
Les saveurs de la saison

O site Confesso que Bebi começa hoje uma pequena série de nove garrafas, autênticas maravilhas do mundo cervejeiro. Todas foram degustadas em excelente companhia, durante muitas horas de boa conversa sobre tudo: política, viagens, família, negócios, futebol, mulheres e cervejas, e no nosso caso, conversando e falando de especiais. Este papo aconteceu em uma das melhores casas da cidade, o excelente Delirium Café, em Ipanema (premiado como melhor carta de cervejas do Rio em 2011 pela revista Veja), e por isso a série vai ser chamada carinhosamente de As maravilhas do Delirium.

Então vamos falar das estações e dos sabores. Vamos falar de St. Feuillien Saison, uma Belgian Ale que é tão diferente das demais que seu estilo ganhou um nome próprio: Saison (palava francesa para estação). 
A história deste estilo de cerveja é a seguinte: quando se aproximavam das estações de temperaturas mais baixas (final do outono/ inverno), os belgas de Wallonia tradicionalmente iam para lugares mais quentes, deixando suas fazendas fechadas. E para não sentirem saudades (e que alguns dos ingredientes não estragassem durante o período com a neve), fabricavam cervejas para consumirem durante as estações mais quentes. Sua principal característica é exatamente a grande variedade de insumos utilizados, dando sabores e aromas únicos a esta cerveja. É comparado aos vinhos tintos, devido a sua fermentação diferenciada.

Por exemplo, a St. Feuillien Saison possui água, malte de cevada, açúcar, lúpulo, levedura, vitamina C em sua composição, sua segunda fermentação é feita na garrafa e é chamada de terroir (expressão francesa para um produto próprio de uma região ou de uma área limitada) pelos belgas.
Esta maravilha de 6,5% tem sua aparência dourada para laranja, um tanto turva quanto translúcida, remetendo à cerveja de trigo pelo efeito do fermento da levedura na cerveja. O creme branco cristalino se manteve por toda a degustação, de forma uniforme. Seu aroma é cítrico e floral. No paladar, frutado intenso e cítrico  presente, tem um balanço perfeito entre o malte de cevada e o lúpulo, não deixando os tons ácidos incomodarem e mantendo um amargor agradável, o que acredito ser o segregdo desta refrescante cerveja. Alta carbonatação, possui um final longo e deixa salivando, aumentando assim a vontade de degustar um pouco mais, com muita presença de lúpulo. Uma obra-prima.

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