31 de março de 2012

Circuito Orval

Ao conhecer a história dos monges e das cervejas trapistas, instintivamente criamos um circuito de brejas para degustar. Dos seis monastérios belgas que carregam o selo de autenticidade trapista (AchelChimayOrvalRochefortWestmalleWestvleteren), encontramos cervejas de cinco deles nas prateleiras de bares, lojas e mercados. E finalmente conheci a trapista Orval, ou seja, praticamente fechando o circuito.
A Orval tem diferença em relação às outras trapistas: ela é uma Ale bem mais seca e muito aromática. Parte desse segredo está em sua produção: entre a primeira e a segunda fermentação ocorre um processo de dry-hopping (adição de lúpulo para ressaltar o aroma e o sabor da planta), dando a cerveja essa nota mais herbácea no aroma.
Processo de dry-hopping (fonte: Henrik Boden)
Com 6,2%, sua aparência é de cor caramelada, com uma espuma bege densa, formando um conjunto muito bonito no copo. O aroma, como falamos, é herbáceo e floral. Seu sabor é acompanhado de um amargor que esconde o álcool, além de generosas notas de malte e mel, formando uma cerveja muito complexa. O final é seco, causando água na boca por mais um gole. Uma trapista que, a cada degustação, faz você dar novas voltas entre suas notas e sabor.